sexta-feira, 31 de julho de 2009
A maior Arte: A ARTE DE VIVER BEM
Acabei de receber um e.mail que me entristeceu muito. Pensei sobre o conteúdo da mensagem, que foi um desabafo sincero, e concluí que além do apoio que eu podia oferecer a minha amiga eu também podia escrever este artigo. O mundo moderno exalta os modismos, que alimentam a vaidade, o individualismo, o exagero, o abuso, o deboche, a falta de ética e do respeito. Sem falar na falta de educação . Se nos esquecermos que Deus criou tudo o que existe e o que somos nos tornaremos selvagens como os animais. A educação nos elevará acima desse nível, fazendo-nos compreeender que precisamos dominar a parte instintiva do nosso ser. Afinal, O AMOR deve vencer. A Arte é necessária ao ser humano, porque ela é universal, refina o ser, eleva a alma, disciplina, valoriza o belo e o bom. A maior Arte de todos os tempos, com cereza, é a arte de saber viver bem.
Inicio citando uma lamentosa questão do filósofo Kung-fu-tze (Confúcio), do século VI A.C.:
"Por que o mundo cria inquietações para si próprio, se todas as estradas levam ao mesmo lugar e todos os pensamentos às mesmas conlusões?" Esta pergunta é inquietante também quanto a questão ecológica. Tantos anos se passaram desde então e o homem ainda não tem a resposta. Convido o leitor a refletir o assunto comigo, nesta busca de aprendizado da maior de todas as Artes: A ARTE DO BEM VIVER.
O homem e o mundo onde vive é ainda um potencial irrealizado - se é menos do que se pode ser. Vamos partir da idéia de que todo ser é presenteado com a "vida" ao nascer. Esse presente se esgota com o passar do tempo e termina num momento ao qual se dá o nome de "morte". No início dessa jornada há a infância e a adolescência, latejando de necessidade de pesquisar e transformar a própria vida.
A infância é o tempo de brincar,de experimentar, de explorar, de viver a fantasia. Tudo é novo e intrigante, nenhum obstáculo é intransponível. As crianças são potenciais totais, pois ainda copiam as outras pessoas da sua vida e seus egos ainda estão em formação.
A adolescência serve de ponte entre a infância e a fase adulta, é chegado o momento da construção do próprio "eu". É nessa fase que se dá o grito de "liberdade" da dependência da infância. É esta uma tarefa hercúlea do desenvolvimento - desenvolver e entrar em acordo com si mesmo - o jovem sente necessidade de auto-afirmação. Ele possui consciência do que sabe e do que não sabe e é humilde intelectualmente para aprender com aqueles que julga saber mais do que ele próprio. Mas, psicologicamente, o jovem precisa construir o seu território (para os seus gostos, opiniões e interesses) e quando esse seu novo espaço esbarra em território adulto (maduro) há um conflito de gerações. Dificilmente o adulto compreenderá as características vitais da adolescência, tão necessárias para a compreensão do ego (contradições, insolência, ressentimento, julgamentos precipitados). Nesse processo transformador o adolescente se sente só e alienado.
Segundo Danah Zohar, "a busca do sentido da vida é o principal indicativo da inteligência humana". Quando a vida tem sentido surge uma escala de valores. A nova geração é espiritualmente mais inteligente que as anteriores. Seu senso de busca de um sentido para a vida supera em muito o das gerações passadas. Essa busca se dá pela imposição de limites e só existe liberdade com limite. Ora, onde há espaço compartilhado há abertura para um novo espaço psicológico (liberdade individual e liberdade coletiva), os limites de cada um vão até onde estão os limites de todos. Compartilhar território implica em tolerância mútua. A tolerância permite expandir o território para além dos limites individuais (autoconhecimento) e este leva ao conhecimento do outro (à compreensão mútua).
Quando a liberdade ultrapassa os limites individuais, e não esta mais restrita ao ego, a ela se agregam novos valores. Quando ambos os lados expandem seus territórios a liberdade se valoriza com a paz. Este é um dos passos para a eliminação dos conflitos de gerações.
A sociedade atual só reforça o egocentrismo, a idéia de que tudo é válido. Reforça o desinteresse por algo que não pode alcançar, a ignorância de tudo que não gire em torno da sua vida. Além de ser uma deficiência pedagógica é também um descaso atual da boa cultura.
Nos dias atuais aceita-se passivamente a investigação da intimidade: "Big Brother", câmeras invisíveis para flagrar profissionais desonestos, políticos, testes de DNA. Mas é preciso respeitar as fronteiras da intimidade da criança e do adolescente para que eles tomem consciência de si mesmos, sem invasões de seus segredos. Ao serem respeitados eles construirão seus limites. Respeitá-los não significa excluí-los do mundo adulto, mas sim lhes mostrar os limites que devem respeitar ou transpor.
Os pais são a influência mais importante na formação dos valores dos filhos - o exemplo começa no lar. Um novo valor para a sociedade se inicia em casa (com a educação de novos hábitos e valores), para que na idade adulta os filhos achem natural respeitar o meio ambiente e a sociedade. Deve ser ensinado a eles que todos nós somos uma parte do ambiente, assim como todas as coisas são viventes. Afinal, há uma relação mútua entre homens, animais e vida vegetal. As crianças precisam aprender a respeitar e sentir afinidade com a natureza, a fim de preservá-la. Se queremos um mundo melhor é preciso cuidar com amor das nossas crianças e jovens para que eles se desenvolvam em adultos sadios. "A maturidade é um processo", ou seja, a idade por si só não transforma o adolescente em adulto maduro, para tanto é preciso vencer cada fase do caminho desse processo para o amadurecimento sadio.
As pessoas adultas sadias são como artistas, têm o desejo sincero de ser produtivas e de oferecer desta produção aos outros. Desejam criar e partilhar suas criações. Aceitam suas vidas e trabalho com satisfação e alegria. Colocam os seus talentos em cada esforço e a imaginação na recriação de suas vidas, diariamente. Os artistas maduros da vida são espontâneos, compreensivos, complacentes, receptivos a novas experiências. Harmonizam-se com as forças externas mas são autônomos, ocupados com o criar suas próprias vidas. Acreditam em suas necessidades pessoais e potencialidades, entendendo que às vezes são incompatíveis com as dos outros, mas confiam que do conflito possa surgir uma nova força positiva capaz de mudá-los. As pessoas maduras possuem um profundo senso espiritual vindo do seu relacionamento com as outras pessoas e com a natureza. Elas reconhecem o grande presente divino que é a VIDA. São afetuosas, amorosas e sexualmente receptivas; são sociáveis, têm amigos e um sentido de comunidade, são inventivas, serenas, determinadas e bem-humoradas. Utilizam-se de suas potencialidades, aceitam-se como parte da vida e partilham seu amor, sua alegria e sua sabedoria de uma forma aberta, não-exploradora e responsável.
Esse artista da vida existe dentro de cada um de nós, é humano e capaz da verdadeira intimidade, que combina os poderes e energias de outras pessoas maduras para o desenvolvimento constante de cada uma. Cada fase da vida deve ser vivida intensamente, pois para cada uma delas há o seu significado. Portanto viver é amar, compartilhar, dividir e ensinar. A vida sem o amor é vazia e destituída de significado. Precisamos começar amando o nosso semelhante, os animais e a natureza como sendo parte de nós mesmos. Na busca da nossa felicidade precisamos encontrar a alegria do compartilhar, do repartir, do dividir e do servir. Dominar essa arte leva tempo, compreensão, sensibilidade e paciência. É necessário querer experimentar, fracassar, arriscar, se frustrar e até se desesperar antes que se consiga despir totalmente as atitudes antigas e adotar esse novo modo de criar a própria vida. Mas você pode, pois a vida esta sempre aberta para partilhar seus recursos, experimente.
Ana Ligia.
Pesquisa: Do livro "Assumindo a Sua Personalidade", de Leo Buscaglia; texto "Além do Conflito de gerações" de Bentilo Frederico Becker; texto "Ser Pai e Mãe e Ser", de Domício Martins Brasiliense.
quarta-feira, 22 de julho de 2009
A IMAGEM
A força da imagem esta no fato dela produzir um estímulo instantâneo no indivíduo. Sua mente relaciona o que vê à experiência real, conhecida e experienciada, que jaz armazenada na memória. A percepção revive sensações semelhantes carregadas de significado.
A imagem se origina do mundo natural - visível - ou provem do imaginário - invisível - da memória, da fantasia, das projeções e das visualizações. As vezes a imagem se adapta aos códigos sócio-culturais e noutras vezes se altera para acompanhar o fluxo do seu tempo.
A Arte expressa as imagens que o homem forma dentro de si (ela é inerente a ele). Como linguagem, de comunicação e expressão, o desenho (arte) antecedeu em muito a escrita. Na pré-história a mão tentou desenhar traços, movida pelo pensamento nascente, que se desenvolvia lentamente. A experiencia foi fecundando a imaginação, aumentando a capacidade de raciocínio abstrato, muito importante para o desenvolvimento de civilizações: dos babilônios, dos egípcios. Os gregos não exitaram em absorver elementos de outras culturas, e, em todas as áreas do pensamento humano realizaram feitos que marcaram a história da humanidade.
O homem é portanto o grande autor das páginas da Hitória, expressadas pelos objetos, instrumentos e imagens que ele inventou. Os pensamentos, emoções, sentimentos, fantasias e visões, apesar de não serem objetos palpáveis e manipuláveis, possuem realidade física. Um pensamento é formado por centenas de impulsos eletroquímicos que percorrem o cérebro. Este armazena informações, sensações, percepções e compara, sintetiza, analisa, materializa as abstrações, inventa representações e fabrica imagens.
O homem sempre desenhou o homem e no início também a fauna. Através da Arte ele se elevou, através dela ele tomou consciência da sua capacidade criadora, sempre voltada para o belo e o bom. Em questão de Arte o belo possui manifestações variadas (por questões de cultura, de momento histórico, etc.). Há beleza também no feio porque a Arte vai além do conceito do bonito e bem feito. Ela é cheia de nuanças, assim como a vida, a considerar o gosto, a emoção, a educação, a posição social, a moda.
A nossa contemporaneidade abusa de certos privilégios, pois ocupa um lugar no espaço do tempo sem perder o elo com o passado e com as tradições. O passado, o presente e o futuro se mesclam no agora, numa sensação interna de relativismo, simultaneidade e multiplicidade. A História é atuante, comportando várias visões de mundo, que se manifestam através dos conhecimentos que marcaram uma época. Inserida nesse conjunto de conhecimentos a Arte atesta o seu valor estético, filosófico, espiritual e documental.
Analisando a História da Arte nota-se que no conjunto de suas manifestações expressivas e simbólicas, cada mudança de estilo geralmente coincide com as transformações perceptivas estruturais da relação do homem com o universo: através de novas técnicas, novos materiais, novas leis científicas, etc.
No século XX o desenho perdeu o seu caráter de intenção para se conectar com a indústria, ganhando uma força funcional - transformou-se em design. A partir desse século os artistas e manifestantes dos movimentos de Arte decretaram rupturas nas formas, a realidade é feita e desfeita a todo o momento. Os artistas plásticos investigam, procuram o senso no não-senso e o não-senso no senso. Há um processo além do dialético ainda em invenção. O artista precisa sempre de organização e instabilidade para o seu processo criativo em permanente construtividade simultânea.
A rapidez dos veículos de comunicação aprimoraram o gosto pela imagem e a capacidade de julgamento. A Arte diversificou-se (arte industrial, arte de propaganda,etc.) e esta em toda a parte: no cinema, na TV, nos livros, nos anúncios, na internet, etc. A imagem invadiu o mundo moderno (as vezes poluindo-o) impactando o sentido da visão. Este sentido possui a função de criar imagens mentais percebidos pelos outros quatro sentidos. As imagens constituem tudo o que o homem percebe ao seu redor, fornecendo-lhe elementos de formação de opinião sobre qualquer fato ou coisa.
A imagem se origina do mundo natural - visível - ou provem do imaginário - invisível - da memória, da fantasia, das projeções e das visualizações. As vezes a imagem se adapta aos códigos sócio-culturais e noutras vezes se altera para acompanhar o fluxo do seu tempo.
A Arte expressa as imagens que o homem forma dentro de si (ela é inerente a ele). Como linguagem, de comunicação e expressão, o desenho (arte) antecedeu em muito a escrita. Na pré-história a mão tentou desenhar traços, movida pelo pensamento nascente, que se desenvolvia lentamente. A experiencia foi fecundando a imaginação, aumentando a capacidade de raciocínio abstrato, muito importante para o desenvolvimento de civilizações: dos babilônios, dos egípcios. Os gregos não exitaram em absorver elementos de outras culturas, e, em todas as áreas do pensamento humano realizaram feitos que marcaram a história da humanidade.
O homem é portanto o grande autor das páginas da Hitória, expressadas pelos objetos, instrumentos e imagens que ele inventou. Os pensamentos, emoções, sentimentos, fantasias e visões, apesar de não serem objetos palpáveis e manipuláveis, possuem realidade física. Um pensamento é formado por centenas de impulsos eletroquímicos que percorrem o cérebro. Este armazena informações, sensações, percepções e compara, sintetiza, analisa, materializa as abstrações, inventa representações e fabrica imagens.
O homem sempre desenhou o homem e no início também a fauna. Através da Arte ele se elevou, através dela ele tomou consciência da sua capacidade criadora, sempre voltada para o belo e o bom. Em questão de Arte o belo possui manifestações variadas (por questões de cultura, de momento histórico, etc.). Há beleza também no feio porque a Arte vai além do conceito do bonito e bem feito. Ela é cheia de nuanças, assim como a vida, a considerar o gosto, a emoção, a educação, a posição social, a moda.
A nossa contemporaneidade abusa de certos privilégios, pois ocupa um lugar no espaço do tempo sem perder o elo com o passado e com as tradições. O passado, o presente e o futuro se mesclam no agora, numa sensação interna de relativismo, simultaneidade e multiplicidade. A História é atuante, comportando várias visões de mundo, que se manifestam através dos conhecimentos que marcaram uma época. Inserida nesse conjunto de conhecimentos a Arte atesta o seu valor estético, filosófico, espiritual e documental.
Analisando a História da Arte nota-se que no conjunto de suas manifestações expressivas e simbólicas, cada mudança de estilo geralmente coincide com as transformações perceptivas estruturais da relação do homem com o universo: através de novas técnicas, novos materiais, novas leis científicas, etc.
No século XX o desenho perdeu o seu caráter de intenção para se conectar com a indústria, ganhando uma força funcional - transformou-se em design. A partir desse século os artistas e manifestantes dos movimentos de Arte decretaram rupturas nas formas, a realidade é feita e desfeita a todo o momento. Os artistas plásticos investigam, procuram o senso no não-senso e o não-senso no senso. Há um processo além do dialético ainda em invenção. O artista precisa sempre de organização e instabilidade para o seu processo criativo em permanente construtividade simultânea.
A rapidez dos veículos de comunicação aprimoraram o gosto pela imagem e a capacidade de julgamento. A Arte diversificou-se (arte industrial, arte de propaganda,etc.) e esta em toda a parte: no cinema, na TV, nos livros, nos anúncios, na internet, etc. A imagem invadiu o mundo moderno (as vezes poluindo-o) impactando o sentido da visão. Este sentido possui a função de criar imagens mentais percebidos pelos outros quatro sentidos. As imagens constituem tudo o que o homem percebe ao seu redor, fornecendo-lhe elementos de formação de opinião sobre qualquer fato ou coisa.
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